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quinta-feira, 8 de junho de 2017

a casa da árvore 1


 

Aluguei a casa a um senhor ‘de palavra’. Daqueles que ‘assino o contrato porque agora se faz assim, mas a minha palavra é só uma’. Um homem que sendo mais velho que o meu pai tem, tal como ele, aquela forma de ser que nos dá confiança. Não há ali a mínima dúvida de caracter. Não há como facilitar naquilo que diz. De cabelo branco e olhos nos olhos, explica-me as regras. E eu confio. E eu podia não ter assinado o contrato. Sei de que massa ele é feito. E estranho. Estranho porque das mil casas que vi, da quantidade de senhorios possíveis com que me deparei, em nenhum vi aquele caracter. Aquele olhar. Aquela força que só alguns homens possuem. ‘Homens de antigamente’, dizia-me uma amiga. Sim, é isso. E é pena que seja isso. Que hoje não encontremos mais exemplares destes na malta da minha idade, ou nos mais novos, ou nos mais velhos. Há-os. Mas poucos.

E sim, vou mudar-me para A Casa da Árvore.

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